Resenha: A Amante Do Oficial

A Amante do Oficial - Pam Jenoff




Sinopse: Aos dezenove anos e casada havia apenas três semanas, a vida e a fé de Emma Bau são colocadas em risco quando a Polônia é invadida pelos tanques alemães. Em poucos dias, Jacob, seu marido, é obrigado a cair na clandestinidade para trabalhar com a Resistência, deixando Emma prisioneira do decrépito e abandonado gueto de Cracóvia. Mas na calada da noite, ela é misteriosamente resgatada e levada para morar com Krysia, dama da alta sociedade e também a tia católica de Jacob. Ao assumir uma nova identidade como Anna Lipowski, uma gentílica, a vida de Emma passa por uma nova reviravolta ao ser apresentada ao comandante nazista Georg Richwalder. Oficial alemão e maior autoridade na cidade, Richwalder resolve contratar Anna para trabalhar como sua assistente particular. Impelida pela Resistência, ela não tem alternativa, e passa a espionar planos secretos da Ocupação de dentro do gabinete, colocando em risco sua segurança e também seu casamento. À medida que as atrocidades da Guerra se intensificam, a relação entre Anna e o Comandante se torna mais próxima, chegando ao ponto de ameaçar sua vida e também a de todas as pessoas a quem ela ama. Tendo como cenário a Segunda Guerra, um período histórico em que lealdades eram testadas a todo o momento, e sobre as pessoas pairava a suspeita de traição, “A Amante do Oficial” se posiciona como um romance de estreia no qual Pam Jenoff leva às últimas consequências o poder da perseverança, da luta e da confiança em face de desafios que se tornam mais perigosos a cada piscar de olhos.

 

A Amante do Oficial abordou com muita proeza a ocupação da Polônia pelos Nazistas, vemos a perseguição da Alemanha contra os Judeus e como os mesmos sofreram perdas de amigos, parentes, vizinhos, ou seja, vemos o mundo dos Judeus sumir diante dos próprios olhos.


Testemunhamos a transferência dos Judeus, para uma parte da cidade chamada de Gueto ali os Judeus eram mantidos sem a menor consideração, com escassez de comida e água, e em consequência de um ambiente debilitado ocorria, a proliferação de todos os tipos de doença. Também acompanhamos o um Grupo chamado de Resistência que se organizavam e lutavam contra a violência e a ocupação dos Nazistas. O Livro é narrado em primeira pessoa pela personagem Emma, que nos relata todos os acontecimentos citados acima.


Em meio a Guerra e a Ocupação, Emma é abandonada pelo marido já que ele é um dos líderes da Resistência. Sozinha ela sai em busca dos pais, que já foram transferidos para o Gueto, após encontrá-los ela fica feliz, porém acaba exilada com eles. Com ajuda da Resistência Emma consegue fugir, e se abrigar na casa de Krysia, (uma personagem muito intrigante por sinal) tia do seu marido e assim Emma assumi uma nova identidade: a de Anna. Em sua nova vida ela conhece num jantar na casa de Krysia o Comandante Richwalder e os dois acabam sentindo uma forte atração um pelo outro, o problema é que ela é casada e judia, (e seu marido luta contra a ocupação) e o Comandante é Nazista. Com o interesse do Comandante por ela, os acontecimentos a levam a trabalhar para ele. E assim Emma tendo contato direto com as correspondências dele, ela passa a dar informações para a Resistência. O problema é que além de correr o risco de ser pega e executada Emma tem de lidar com a forte atração que sente pelo Comandante e os sentimentos de culpa. E não resistindo a atração os dois não demoram muito a se envolverem. Assim surgem os vários conflitos na cabeça de Emma, ela jura que a traição ao marido é pela Resistência, mas na verdade sabe que sente algo mais pelo comandante.

 

“Precisamos assumir a responsabilidade por nossas ações. É a única maneira de evitar que nos tornemos vítimas e de manter nossa dignidade.”

 

Emma é uma personagem que vai se fortalecendo ao longo da história, os acontecimentos que surgem na vida dela (a traição e a culpa) não a fazem se torna vítima, muito pelo contrário a tornam mais forte. E ela não é uma mocinha que fica se lamuriando, fez o que tinha que fazer e pronto.  O único fato que atrapalha um pouco nossa compreensão da personagem são os sentimentos as vezes confusos em relação aos dois homens com qual ela tem sua vida ligada para sempre. Como os sentimentos dela passam por várias transformações vou separar aqui os momentos da vida dela pra ficar mais fácil de vocês compreenderem.

 

O casamento com Jacob

Com relação ao casamento com Jacob eles tiveram poucos momentos juntos, pois assim que se casaram a Guerra interrompeu o convívio. Então o Jacob o marido não aparece muito na história, ele é sim citado muitas vezes por Emma. No entanto ele só aparece bem depois e por breves momentos. E mesmo com as lembranças dela com o marido fica difícil visualizar os dois, ou torcer pelo casamento deles.

 

A Relação com o Comandante

Com relação ao Comandante conseguimos conhecer ele um pouco mais. A atração de Emma por ele foi bem forte, pois ela própria admite pra si mesmo que viveu mais intimidade com ele do que com o próprio marido, mas o fato de ser judia, casada, e ele Nazista, formou uma barreira nos sentimentos dela que não pode ser rompida.

 



O livro tem Romance, mas o foco principal é a sobrevivência é tentar passar pelos horrores da Guerra, custe o que custar (abandonar, trair). Cada um dos personagens Emma, Jacob, o Comandante, Krysia e os demais estavam travando uma luta individual, muitas vezes com base nos próprios interesses, então o amor (entre homem e mulher) vai para segundo plano, porque primeiro precisam sobreviver para depois pensar em amor.

 

“Tendo testemunhado dois terríveis akcjas, ele certamente sabe o que esperar, que horrores o aguardam. Ainda assim, seus olhos estão claros e corajosos. O Senhor é meu Pastor – diz ele simplesmente”.

 

Há ainda personagens intrigantes como a Krysia e o Grupo da Resistência. Com a Krysia fiquei impressionada como ela aceitava o destino do jeito que é. Já o Grupo da Resistência Marta, Jacob, Alex foram personagens que conhecemos não muito a fundo o que eu achei que foi uma pena.

 

O Livro: Algumas Considerações:

Não contem cenas eróticas apesar de o nome soar meio sugestivo, mas isto de maneira alguma lhe tira os créditos, só mostra que um Livro nem sempre precisa de certos elementos parar ser bom.

Emocionei-me de verdade quando Emma se despede do pai no Gueto pra mim foi das cenas mais triste do livro.

Infelizmente de algumas partes não gostei, principalmente o destino do Comandante achei que ele merecia um final mais digno, o Jacob pra mim continuou na mesma como um simples coadjuvante.

Algo que não curti muito foi a narração em primeira pessoa, não que seja ruim, mas neste livro em especial, não gostei, o problema da narração em primeira pessoa deste livro foi que não consegui captar a verdadeira personalidade dos personagens principais: o Comandante e o Jacob. Ou talvez a autora fez de propósito, pra gente ficar na dúvida, e não tomarmos partido de nenhum dos dois homens e não nós decepcionarmos, pois como a própria sinopse diz:  A Amante do Oficial se posiciona como um romance...... que leva às últimas consequências o poder da perseverança, da luta e da confiança em face de desafios que se tornam mais perigosos a cada piscar de olhos.

 

Acho muito válido, quando um livro nos deixa não só sentimentos e emoções, mas também nos deixa conhecimentos.

 

“A imprevisibilidade é a melhor parte da vida.... a surpresa quanto a quem ou o que pode estar na próxima esquina, é isto que faz a gente seguir em frente. É a esperança. A previsão do futuro, sem ter a habilidade de mudar qualquer coisa...”

 

A Amante do Oficial é um livro pra ser discutido, ele rende debates infinitos e merecia uma continuação. Pessoal eu poderia ficar aqui escrevendo sem parar, sobre este livro pois ele é excelente. Então tentei passar um pouco da visão que tive, da melhor maneira possível, porque resenhar sobre guerra, amor, traição, sobrevivência e violência é muito delicado. Este é um livro que merece ser lido novamente. E com certeza é o que vou fazer. Espero que tenham gostado do post. Abraços! Boa Leitura!


Capa Retirada do Site da Autora/ The Kommandants Girl



Confesso que não costumo gostar das Capas Brasileiras, mas deste Livro eu gostei das duas Capas.












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2 Comentários

  1. Gostei muito de sua resenha, vou começar a ler hoje mesmo.
    Obrigada pela dica.

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    1. Olá! Que bom que gostou! Este é um dos meus livros favoritos. E como citei acima sobre ter uma continuação, na época que li o livro não sabia, mas ele possui sim uma "segunda parte" não é totalmente voltado para a personagem Emma, mas conseguimos saber um pouco mais sobre ela e seu marido. Abraços!

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