Resenha: Para Sempre

Para Sempre – Susanna Tamaro

Sinopse: Vivendo há muitos anos isolado em sua casa na floresta, Matteo rememora um passado que surge sem cessar e se alterna com o presente, por meio de um fluxo de recordações que vão revelando os personagens e os acontecimentos que o conduziram até ali. Sua mulher e seu filho se foram há quinze anos, e todos os dias desde então Matteo se pergunta qual é o caminho a seguir. Sem conseguir reagir à tragédia, ele se afunda cada vez mais no álcool, nas mentiras e em relacionamentos sem futuro. Mas, nesse cenário de extrema desolação, eis que surge uma luz - o amor incondicional de um pai por seu filho; uma mulher apaixonada que oferece ao seu homem a última possibilidade de redenção.

“Deus doou à terra o sopro que a alimenta. O seu respiro dá vida a todas as coisas. E, se ele segurasse o sopro, tudo se aniquilaria. Este sopro vibra em você, na sua voz. É o sopro de Deus que você respira e nem sabe.”  Teófilo de Antioquia

O livro Para Sempre é uma espécie de confissão e relato que o Matteo faz para a esposa que morreu há quinze anos. Nesta confissão ele conta todos os sentimentos vividos que a perda da esposa e do filho trouxe pra vida sua vida. Há momentos que ele questiona à Deus, querendo uma resposta, “porque acontece coisas ruins com pessoas boas”. E sem resposta e sem um caminho a qual seguir, ele se entrega ao álcool e a relacionamentos puramente sexuais. Até que chega um momento que ele acaba perdendo seus valores morais e éticos. E é onde ele toma uma decisão muito cruel, que lhe trouxe, muito sofrimento. Mas também arrependimento e a partir daí ele começa uma busca por uma espécie de redenção. O livro do começo ao fim é muito reflexivo, no começo eu achei que o foco era em relação morte, mas a mesma foi só um das tragédias da vida que levou o Matteo ao fundo do poço, poderia ter sido outra coisa, a perda de um emprego; claro não se compara a “morte”, mas é um exemplo de como nós seres humanos somos fracos, e nós conhecemos muito pouco.

“O que há lá fora – respondi – nada mais é que o reflexo do que temos por dentro. Se continuarmos a tratar nosso interior como uma lixeira, não poderemos certamente pretender que, num passe de mágica, o mundo externo se transforme num jardim.”

Tem algumas partes que a autora toca em termos mais religiosos ou espirituais, mas quando digo religiosos não estou falando de igreja, mas sim como cada um de nós “percebe” Deus, ou não! Pra mim nós somos semelhantes a Deus, pois ele nós criou (pelo menos é o que eu acredito), mas não usamos um terço da capacidade d'Ele que temos, para sermos felizes. Os caminhos que o personagem vai percorrendo entre erros e acertos, nós faz refletirmos sobre a nossa natureza, e o que realmente damos valor em nossas vidas.

“Nem só de pão vive o homem – dissera Jesus, mas era justamente de pão, somente de pão, que pareciam viver. De pão e de doces, de lindas roupas e de conversas, de pequenas invejas e pirraças.”    

Gente falar desde livro daria outro livro porque ele levanta muitas questões, sugiro que leiam, e depois de um tempo o leiam de novo porque vale muito a pena, tem livros que deixa a gente sem palavras e este foi um deles. Super Recomendo! Boa Leitura!