Resenha: Prima Phillis

Prima Phillis - Elizabeth Gaskell




Sinopse: O jovem Paul Manning trabalha na construção de uma estrada de ferro em Heathbridge, interior da Inglaterra, em meados do século XIX. Ele é assistente do charmoso, sofisticado, educado e viajado Mr. Holdsworth, por quem, com tantos atrativos, ele nutre extrema admiração. Assim que sua mãe fica sabendo que ele está sediado em Heathbridge, o incentiva a procurar a família do clérigo Holman, da Fazenda Hope, seus parentes distantes. Paul logo faz amizade com a bela prima Phillis, filha única do pároco, e inteligente demais para uma mulher de sua época. Mas o que ele menos espera é que o seu herói, Mr. Holdsworth se interesse romanticamente por Phillis. Mais um comovente romance de Gaskell!









Prima Phillis foi um livro que li com uma expectativa e encontrei outra. E sem dúvida alguma encontrei uma expectativa muito positiva. Primeiro porque não conhecia a autora e agora já quero ler outros livros dela e segundo porque este livro faz jus ao legado é um clássico da literatura inglesa. E eu digo isto porque Elizabeth Gaskell a autora nasceu na era vitoriana, ou seja, ela escreveu a história vivendo aquela atmosfera.

Bem mas vamos à história, a trama é narrada em primeira pessoa por Paul e o clima da narração é bem misteriosa, mas veja bem não é suspense. E a autora não te deixa saber a relação que vai acontecer entre Paul e a prima Phillis só quando o livro chega na metade é que temos um leve esclarecimento.

Então gente Paul é um jovem (perdão esqueci a idade dele mas acho que é dezenove anos) que acaba de conseguir o que todo jovem sonha (um emprego e morar sozinho). Trabalhando na indústria de construção de estradas de ferro ele se torna muito amigo do chefe o Mr. Holdsworth, mas não só amigo, o chefe é o cara que ele admira, o homem que Paul se inspira. Porém tudo muda quando a mãe de Paul pede a ele que visite sua prima distante. E é onde ele conhece a prima Phillis, que mora numa fazenda com seus pais.

A princípio a relação dos dois é meramente cordial, depois Paul passa a frequentar a fazenda e até a dormir lá nos finais de semana. Então a relação dos dois se transforma aos poucos numa amizade. E no decorrer da trama vamos conhecendo a Phillis uma moça jovem, bonita, que adora ler, e tem interesse em tudo que Paul fala sobre seu trabalho (as coisas modernas, as indústria, as máquina e etc.) resumindo ela é uma moça atípica pra época. Onde a maioria das jovens são treinadas pra casar, ter filhos e cuidar do lar. Só esclarecendo que ela não é uma jovem rebelde ela também deseja um lar, mas também deseja ser instruída, adquirir conhecimentos, falar outro idioma e etc.Holdsworth,

Agora vamos ao ponto alto da trama, que é quando o chefe de Paul conhece a Phillis e acaba se encantando com ela e logo ele também passa a frequentar a fazenda (só que agora não posso contar mais nada). A única coisa que posso dizer é que a Phillis vai passar por um sofrimento muito grande, mas foi um sofrimento “limpo” sem drama e quando digo sem drama é porque a Phillis aguentou firme o baque, ela podia ter chorado, esperneado, gritado, coisa e tal. É claro que a um momento que ela se entrega ao desespero, mas também quem não né. Porém a personagem é forte demais e chega um momento que ela dá um basta na dor, algo difícil de fazer, já que nós seres humanos temos a mania de achar que tudo está perdido. O Paul também vai enfrentar sua parcela de sofrimento, e vai aprender que nada e nem ninguém é perfeito.

A autora ao descrever algumas cenas onde a mulher é vista somente como uma pessoa pra ter filhos e marido, fica nítido que ela está sendo sarcástica, levando o leitor a refletir o papel da mulher na sociedade. Não que cuidar do lar e ter filhos não seja digno, mas desde que seja o que realmente a pessoa quer, o interessante é que pra época que o livro foi escrito essas mensagens devem ter sido bem polêmicas. Porque a Phillis lia vários livros, tinha interesse sobre as indústrias, à modernização, as máquinas. Inclusive tem uma cena onde ela tem um livro Dante Alighieri em italiano, e mesmo não sabendo a língua ela não desiste e começa a traduzir e ler o livro.


Bom Prima Phillis é o começa da minha jornada nós clássicos da literatura inglesa, tinha muito tempo que queria ler livros de autores da era vitoriana e acho que comecei escolhendo bem porque Elizabeth Gaskell com certeza não gastou tinta atoa ao escrever seus livros. Este por exemplo é um livro pequeno não chega nem a cento e dez páginas, mas trás muitas reflexões mesmo depois de mais de um século. Então super recomendo. Boa Leitura!

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