Resenha: O Sol É Para Todos

 

Olá! Leitores!

Como vocês estão? Espero que bem! 

A resenha de hoje é sobre o Livro "O Sol É Para Todos" de Harper Lee e já posso afirmar antes de começarmos a resenha que este é dos melhores livros que já li até hoje, recomendo que todos leiam.


"...ainda que tenhamos perdido antes mesmo de começar, não significa que não devamos tentar..."




"O Sol É Para Todos" conta a história do advogado Atticus que em uma época de muito preconceito defende um homem negro acusado de violentar uma mulher branca. A trama se passa em Maycomb um pequena cidade do Alabama nos Estados Unidos em 1930. 

Narrado, na voz da pequena Scout de nove anos filha de Atticus vamos conhecendo a cidadezinha, seus vizinhos, a rotina do dia a dia e alguns segredos.

Bom, vamos começar pelo personagem Atticus, ele é viúvo e pai de Scout e Jem. Jem é o irmão mais velho de Scout um garoto adolescente que tem a personalidade muito parecida com a do pai. Atticus cria os filhos com ajuda da empregada negra Calpúrnia, que educa as crianças com carinho, mas com mão firme. Estimada por todos da família Calpúrnia é o exemplo de pessoa que conduz as situações preconceituosas do dia a dia com inteligência. Diferente de muitos cidadãos ela sabe ler e acompanha as notícias de forma crítica. 

Como pai Atticus tenta educar as crianças com amor, conversa e muita franqueza. Ele não esconde nada dos filhos, inclusive a uma cena onde Scout pergunta a ele; O que estupro? E ele responde de forma clara e objetiva. Sem rodeios ou melodramas. Talvez essa forma de educar é que torna Scout e Jem crianças incríveis com uma sensibilidade enorme, inteligentes e sem preconceito. Atticus é um personagem de um caráter perfeito. Sensato, educado, inteligente, sensível. E consegue ver as piores situações de modo diferente e humano.

Scout, também não fica atrás, a trama é narrada por ela, de forma genial, e não se engane com a mente infantil, Harper Lee deu a personagem vida, e cada pensamentos e dúvidas, são colocados de forma espetacular. Jem seu irmão mais velho, tem um mente sensível, que lembra o pai, ele e Scout tem uma conexão incomum, porque ele tem de tomar conta de Scout e cuidar de si ao mesmo tempo, enquanto começa a descobrir as responsabilidades e as transformações da puberdade. Outro personagem importante é Dill, amigo de Scout e Jem. Dill é um garoto que mora fora e passa o verão na casa da tia vizinha da família de Atticus. Dill transforma em boa parte a "monotonia" que Scout e Jem viviam. 

Cada personagem no livro tem um propósito, não estão ali para tapar lacunas. Inclusive um personagem misterioso da história, o jovem Boo Radley, que torna uma obsessão para os três amigos, acima. Isto porque Boo Radley um vizinho deles não é visto fora de casa há anos. E um acontecimento desde em uma cidade pequena, cria certas teorias e histórias.


... mas antes de ser obrigado a viver com os outros, tenho de conviver comigo mesmo. A única coisa que não deve se curvar ao julgamento da maioria é a consciência de uma pessoa..."






Este livro ganhou uma adaptação para o cinema em 1962. Eu já assisti, e adivinhem é em preto e branco e posso afirmar que o filme é ótimo também, bem fiel ao livro. 

Eu gostei porque gosto muito das atuações de Gregory Peck e acho que o diretor acertou em cheio em chamá-lo para o papel, atuação perfeita do advogado Atticus, quando li o livro era o rosto dele que imaginava, meio bizarro, mas é a verdade hahahaha.


To Kill a Mockingbird 




"O Sol É Para Todos" tem várias camadas que podem ser exploradas: política, ética, vingança, humanidade, preconceito, violência e etc. É uma obra para um clube do livro e deveria ser obra recomendadas por professores da educação nas escolas

E para minha surpresa descobri que tem o livro 2. Devo dizer que não sabia, infelizmente essas obras são pouco comentadas na internet. O livro 2 é "Vá, coloque um vigia". 






Sinopse:

Um romance de Harper Lee, ambientado duas décadas depois de sua obra-prima vencedora do Prêmio Pulitzer, O sol é para todos. Em Vá, coloque um vigia, a heroína inesquecível de O sol é para todos, Jean Louise Finch, mais conhecida como Scout, está de volta à sua pequena cidade natal, Maycomb, no Alabama, para visitar o pai, Atticus. A história se passa em meados dos anos 1950, no começo dos debates sobre segregação, quando os Estados Unidos estão divididos em torno de questões raciais. 

Confrontada com a comunidade que a criou, mas da qual estava afastada desde sua mudança para Nova York, Jean Louise passa a ver sua família e seus amigos sob nova perspectiva - e se espanta com verdades perturbadoras. 

Vá, coloque um vigia registra uma jovem mulher em uma dolorosa e necessária transição das ilusões da infância até a idade adulta. Para o New York Times, “Vá, coloque um vigia  é um livro muito importante, talvez o romance mais importante sobre raça a sair do Sul branco em décadas."

É um romance inesquecível e preciso, repleto de sabedoria, humanidade, paixão e humor; uma obra de arte profundamente marcante. Vá, coloque um vigia  não apenas confirma a força de O sol é para todos, mas é também seu companheiro essencial, pois adiciona profundidade e dá um novo significado ao clássico estadunidense.


Enfim, super recomendo! 


"O Sol É Para Todos" é um livro com visões atualíssimas e com visões que todos deveriam ler para aprender alguma coisa. A obra foi escrita em 1960, mas cai como uma luva na atual sociedade que vivemos, principalmente na atual situação do país hoje. Vou deixar um trecho do livro abaixo e vocês tirem suas próprias conclusões. 


"...Quer dizer, como Hitler pode prender um monte de gente assim, o governo não faz nada? - perguntou o dono da mão.

- Hitler é o governo - respondeu a professora e, aproveitando a chance para dinamizar a aula, foi até o quadro-negro. Escreveu DEMOCRACIA em letras maiúsculas. - Alguém sabe o que é democracia? - perguntou.

-Somos nós - respondeu alguém.

- Levantei a mão, lembrando-me de um antigo lema de campanha que Atticus uma vez me disse.

- O que você acha que é, Jean Louise?

"Direitos iguais para todos, privilégios para ninguém!" - citei.

- Muito bem, Jean Louise, muito bem - elogiou a srta. Gates, sorrindo. - Na frente da palavra DEMOCRACIA, ela escreveu NÓS SOMOS UMA. Agora, leiam todos juntos: "Nós somos uma democracia." Lemos. Depois, a professora disse:

Essa é a diferença entre os Estados Unidos e a Alemanha. Nós somos uma democracia e a Alemanha é uma ditadura. 

- Di-ta-du-ra -disse, separando as sílabas. - Em nosso país ninguém é perseguido. A perseguição acontece em países onde há preconceito. Pre-con-cei--to enunciou cuidadosamente. - Os judeus são o melhor povo do mundo, não entendo por que Hitler não acha o mesmo.

Uma alma inquiridora no meio da sala perguntou:

Então, por que a senhora acha que eles não gostam dos judeus, srta. Gates?

Não sei, Henry. Os judeus contribuem para todas as sociedades em que vivem e são, sobretudo, um povo profundamente religioso. Hitler está querendo acabar com a religião, então pode ser que não goste deles por isso..."









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