Resenha: O Cavalo Cor-de-rosa

Olá! Leitores!

O Livro O Cavalo Cor-de-rosa foi uma leitura única e diferente das minhas experiências de leitura dos últimos anos. Posso dizer que o efeito dele foi agridoce. Primeiro porque no começo custei a me envolver na história e estive a um passo de largar a leitura, mas algo me dizia para continuar. Então se preparem porque esta resenha vai ser grande e pode conter spoiler. Quero enfatizar que não cheguei a ler resenhas deste livro antes de começar a leitura, ainda bem porque as que eu li só falavam coisas negativas, e se eu fosse me basear pelas resenhas, nem chegaria perto deste livro. Confesso que só fui ler algo sobre o livro quando já estava no metade da leitura, e estava quase desistindo de terminá-lo, mas mesmo com as críticas resolvi continuar a leitura, e ainda bem que fiz isto hahahah.




Lembrando que O Cavalo Cor-de-rosa de Dorothy B. Hughes faz parte da coleção Clube do Crime da Editora Harper Collins que lançou uma coleção de Clássicos de Suspense bem no estilo Agatha Christie.





Mas diferente dos outros da coleção O Cavalo Cor-de-rosa seguiu uma linha um pouco diferente, ao invés de seguirmos o detetive, estamos na cabeça do assassino, o que me surpreendeu bastante. Outro ponto muito forte, é que o livro tem conteúdo racista e xenofóbico, e não tem meio termo, as coisas são ditas como elas são, (parece que a editora que deixou o texto original, não o adaptou). Particularmente não gosto quando o texto é modificado, mesmo o conteúdo sendo pesado. Mas friso que o livro deixa bem claro que há conteúdos com temas sensíveis e se o leitor não se sente confortável repense se vale a pena.





A edição está impecável, de capa dura couchê fosco, folhas amareladas e vem acompanhado de um marcador, onde você pode destacar um "selo" e colar em uma cadernetinha que faz parte do Clube do Crime.






Bom, a trama se passa na cidade de Santa Fé - Califórnia, em meados dos anos 40 em diante, narrado em terceira pessoa, conhecemos Sailor, um jovem que chega a cidade de Santa Fé em busca do senador William Douglas. No entanto está acontecendo uma festa na cidade que dificulta este encontro. A festa em questão chamada de Fiesta tem duração de três dias, e a cidade está lotada, que para a surpresa e desespero de Sailor não encontra nenhum Hotel para se hospedar. 

Sailor era o braço direito do senador, mas alguns acontecimentos faz com os dois se estranhem. O que Sailor quer com senador? Dinheiro, e ele está disposto a conseguir a qualquer custo. No encalço dos dois está também o detetive Mac

Bom, este contexto acima é basicamente a trama, até então nada de especial, do que já estamos acostumados.

Mas o que dá ao O Cavalo cor-de-rosa as honras de ser um Clássico aclamado, fica por conta dos pensamentos e vida do protagonista Sailor, que vamos conhecendo no decorrer da trama. Sem lugar para se hospedar Sailor começa a perambular pela cidade na tentativa de por um milagre encontrar um lugar para ficar. Sua primeira impressão da cidade não é nada boa, ele não gosta das ruas, das pessoas, do cheiro e do lugar. Tudo pra ele remete a pobreza, escassez, e feiura. Seu veneno de rancor e preconceito é destinado principalmente para as pessoas indígenas, ele fala com desdém da cor da pele, do cabelo, das vestimentas, do modo de falar e por ai vai. 

Bom, todas as pessoas que ele encontra ou conversa , são destinado a elas, críticas severas, quanto a cor da pele, o sotaque tudo. É nesta primeira parte que nos leitores estamos conhecendo Sailor fica difícil gostar do personagem (na verdade confesso que não gostei dele nem no início e muito menos no final) e seguir com a leitura. Sabe aquelas pessoas que falam mal dos outros toda hora e fica insuportável ficar do lado dela, pois foi exatamente assim que me senti. 

A história se passa em três dias. No segundo dia, Sailor ainda está atrás do senador e até consegue localizar o homem, ele também ver o detetive, que por sinal eles já se conheciam pelo passado de Sailor. E em sua andança pela cidade a procura do senador e um lugar para dormir que Sailor faz amizade com um homem, o Pancho, este foi um personagem que eu gostei muito, ele é de origem indígena e toma conta do Carrossel onde ficam os cavalinhos e as crianças vão para dar uma volta. O Pancho percebe que Sailor está na cidade para algo sério e tenta persuadir Sailor a desistir do que pretende fazer. 

No terceiro dia já conhecemos boa parte da vida de Sailor, sabemos que seu pai era um bêbado e que mãe trabalhava duro para sustentar a casa, e que ele cresceu em uma família pobre, desestruturada, passava fome e frio. 

Quanto a história em si eu vou para por aqui, senão fica sem graça para quem vai ler o livro. A questão principal do livro é: As circunstâncias da vida levam a gente a se tornar uma pessoa ruim? Difícil né, porque tem pessoas que viveram um inferno na infância, e se tornaram adultos, bons, trabalhadores e honestos, do mesmo jeito que outros tiveram tudo de bom e foram corrompidos. 

Mas tem a questão da oportunidade, quando você tem a oportunidade de fazer a escolha certa e não faz, ai meu amigo fica difícil defender, que é o caso de Salior, ele achava que merecia tudo e que não importava suas ações, sejam elas boas ou ruins. Mesmo que prejudicasse a vida dos outros. E a vida não é assim uma hora ou outra a conta chega não importa se você é rico ou pobre. O mundo pouco liga para o que nós somos, e isso fica bem claro no livro e isto talvez irrita a muitos, inclusive o próprio personagem. Como eu disse no início O Cavalo cor-de-rosa é agridoce você acha que ele não te falando nada e ele está te falando tudo.


Enfim, o livro tem parte muito boas, mas eu não cheguei a marcar meu livro, por isto vou ter de procurar novamente, para posta as fotos para vocês, mas prometo que quando atualizar o post aviso aqui. Única recomendação leiam O Cavalo cor-de-rosa.


















Postar um comentário

2 Comentários

  1. Oi, Rosemary! Através da sua resenha eu tomo conhecimento de que a experiência de leitura deste livro tenha sido proveitosa para você. É um alívio constatar que você perseverou na jornada literária, pois muitos livros iniciam de maneira incipiente, apenas para que, posteriormente, a narrativa se desenvolva de forma mais envolvente. Sua resenha, por sua vez, está maravilhosa. Eu adorei. Abraço!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Luciano! Devo dizer que foi por pouco, quase desisti da leitura dele... sério! Mas o livro me surpreendeu e consegui captar a mensagem dele. Fico contente que tenha gostado. Abraços!

      Excluir

Obrigada! Volte Sempre!